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quinta-feira, 17 de junho de 2010

CAVANDO A PROPIA COVA 01

O evangelista Daladier Lima escreveu um interessante artigo sobre a crise na CGADB, afirmando: “os problemas da CGADB estão enraizados em nossas igrejas”. Achei a frase simplesmente perfeita. O problema está enraizado nas estrutura organizacional e no estilo de liderança das Assembleias de Deus. Há muito tempo que essa denominação cava a sua própria cova. Vejamos:

Liderança sem capacitação

Um problema tão antigo quanto a própria Assembleia de Deus. Antes, a liderança não tinha capacitação por falta de recursos para educar tanta gente, mas e hoje? Qual é a desculpa? Ora, como sempre falei: Em algumas cidades do interior do Maranhão, que conheci pessoalmente, alguns pastores tinham salários equivalentes aos enfermeiros dessas cidades, mas suas bibliotecas se resumiam na Bíblia de Estudo Pentecostal. E tenho sérias dúvidas se liam as notas escritas por Donald Stamps. Ah, e também tenho sérias dúvidas se liam o texto canônico, que é o mais importante.

Liderança sem capacitação, sem talento e sem dons ministeriais abre espaço para, digamos, pessoas que alcançaram um ministério pastoral simplesmente por serem amigas do pastor presidente. É sério, isso existe e é muito grave. Gravíssimo por sinal, pois ordenar alguém sem dom paro o pastorado é irresponsabilidade e pecado. Outros pecados surgem quando gente talentosa (no sentido de chamada ao ministério) e capacitada não alcançam espaço. Exemplos não faltam: O nepotismo, o amiguismo, o fisiologismo etc.

Disputa por poder

Em todas as grandes denominações houve divisão, incluindo igrejas mais histórias como a Igreja Anglicana e a Igreja Luterana. Agora, não existe igreja mais dividida do que a Assembleia de Deus. A coisa já começou lá atrás, na Assembleia de Deus no Rio de Janeiro, no bairro de Madureira. Depois, as divisões não pararam. Ainda hoje há brigas entre ministérios, que pasmem senhores e senhoras, proíbem os membros de visitarem o ministério opositor, mesmo sendo tudo Assembleia de Deus com seus pastores filiados à CGADB.

A disputa por poder já nasce no interior das comunidades, que disputam cargos e ocupações nas suas respectivas sedes e convenções estaduais. É poder pelo poder. Poder do alto? Não, é simplesmente poder dos homens. A fome para o poder é tão grande que os pastores se candidatam a cargos políticos, algo repudiado oficialmente pelo Conselho Político da CGADB, mas não aplicado, como nos informou o pastor Geremias do Couto na sua carta de renúncia desse conselho.


(Leia a segunda e última parte deste artigo no próximo post)

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